quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Ser praxista

Boas,
Como toda a gente faz comentários sobre a praxe, o Finos e fritos também tem de fazer um!

Primeira parte da minha bela composição dirige-se aos Caloiros (e futuros caloiros):
Eu tenho um irmão mais novo que daqui a uns anos irá ingressar no ensino superior. Seja em Coimbra ou em outro lado, vamos ter uma conversa séria que vai começar com "aproveita a universidade e nunca te esqueças, só doem as que ficam por dar!" sobre a praxe só lhe posso dizer "Zé, desemerda-te!"

Sejamos sinceros, com 17/18 anos toda a vossa educação terá que vir ao de cima, e se com esta idade não têm cabeça para julgar o que querem fazer ou não nas praxes desemerdem-se! Lá porque tiveram o azar de terem um doutor a dar-vos na cabeça que também não se comporta como um homenzinho que devia ser, a culpa de sairem de lá a chorar é vossa ou dos vossos pais que foram incompetentes na parte da educação!
Cresçam tomates! Com 17/18 eu preferi passar a "humilhação" (que não é realmente humilhação) de gritarem comigo e me levarem para os copos,  mas se não querem sair de baixo da saia da vossa mãe, a escolha é vossa. Podem utilizar o argumento de estar a ser praxado para fazerem o que vos apetece como caloriros... só é preciso que cresçam um par de bolas! Quando fui caloiro os meus padrinhos queriam que eu perguntasse a 25 raparigas se iam para a cama comigo, se fosse caloiro sabendo o que sei hoje teria-o feito! (Apanharia muito par de estalos ou teria sorte).
Com esta idade ias para a tropa com pessoal a gritar contigo de manhã à noite (caso alguma vez tenham conversado com o vosso pai sobre esse tempo vão saber), hoje em dia vais para o superior e se tiveres sorte, quem grita contigo também te paga uns copos no processo.

Eu estive sob praxe na sala do conselho de veteranos, e por muito horrível que isto pareça, foi bastante engraçado. Sim, esfreguei um mini frigorífico e bebi uns copos com os veteranos... E depois? Sempre mantive contacto com os donos do frigorífico, que nunca estava vazio, e sempre me trataram com respeito.
Tenho saudades do meu tempo de caloiro e foi um dos melhores anos que vivi. Talvez tenha tido uma experiência única em Coimbra por viver com 3 matemáticos que levavam aquilo a um extremo (ser matemático traz estas merdas), mas eu tive sempre a possiblidade de os mandar a eles e à praxe com o caralho! Agora só posso dizer, ainda bem que não o fiz embora tenha lavado demasiada louça! Foi um ano genial e ter uma experiência deste nível, mesmo que não tenham matemáticos à vossa volta, só depende apenas de vós Caloiros ou futuros Caloiros. Aproveitem este magnífico primeiro ano porque nunca mais voltará.

Segunda parte, aos anti-praxe:
Respeito a vossa opinião mas gostaria que a minha opinião também fosse respeitada. Respeito que não quiseram fazer parte do movimento praxe mas eu vivi a praxe e nunca fui humilhado, tudo o que leio que apontam à praxe eu nunca senti na pele... Mas respeito a vossa opinião e antes de falarem compreendam que eu sou praxista porque entendo que existem erros e falhas na praxe actual e o meu expoente máximo de praxista foi tentar melhorar a praxe para servir como um meio de integração e não de humilhação. Pelo menos eu tentei! É claro que não salvei o mundo mas fiz mais do que ser um treinador de bancada. Por isso façam lá os vossos comentários idiotas do respeito e igualdade, eu respeito a vossa opinião... mas com todo o respeito, vou ignorar-vos.

Terceira parte, aos pais:
Cuidado com a selecção natural. Eu sei que se esforçam para dar um mundo melhor aos vossos filhos, mas esforcem-se também para dar um filho melhor ao mundo e talvez isto comece a correr melhor...

Quarta parte, a quem anda a dizer que a praxe é fascismo que destroi a sociedade:
Isso só soa a queixas sobre o mundo em que vivem. Aturam o chefe aos berros os dias todos, tal como um caloiro na praxe, mas a diferença é que a seguir os praxistas levam-nos para os copos e melhor ainda, no ano a seguir somos nós a praxar. Como é que as coisas estão relacionadas? O vosso chefe alguma vez vos pagou um fino? Ganhem tino e importem-se com coisas importantes que podem influenciar o futuro da minha juventude em vez de andarem a tentar tirar-nos uma razão (se calhar das poucas) que nos faz dizer, adoro ser português! Porque todos sabemos que este país está completamente uma merda (frutos da vossa geração) mas pelo menos, durante uns anos, temos um vida completamente genial que nos vai dar sempre orgulho de termos aqui vivido e estudado.

E por último, aos meus padrinhos, ao afilhado único e colegas de praxe:
Um abraço e qualquer dia temos combinar um copo, sois grandes pessoas que eu acabei por conhecer num movimento que pelos vistos anda na boca do povo. Mesmo assim continuais bem vistos na minha memória. Se não for antes, pelo menos quando eu rasgar o traje!

Saudações académicas,

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