segunda-feira, 29 de abril de 2013

Então e as árvores?

Bom dia,

no outro dia um amigo meu disse que eu era muito calado normalmente, mas quando bebo uns copos só começo a dizer merda... Eu achei estranho, que merdas é que eu digo quando bebo? Então ele contou uma das últimas coisas que me deu para perguntar quando estava com os copos. Cá vai o discurso:

" - Porque é que não se enterram as árvores quando morrem mas enterram-se os homens e os animais?
- Porque os animais mortos cheiram mal.
- Mas se calhar não cheiram mal para as plantas mas as plantas cheiram mal para elas próprias.
- Então as plantas que as enterrem.
... (agora um tempo a pensar) ...
- Mas se as árvores cheirarem mal no fim de morrerem para as outras plantas, estás a fazê-las sofrer sabendo que elas não se podem mexer. É quase como gozar com um paraplégico... E o Terra pode ter feito com que nós evoluíssemos até este ponto só para conseguirmos enterrar as plantas. Aposto que até à Terra já começava a irritar o cheiro...
- Agora estás só a ser idiota.
... (mais um bocado a pensar) ...
- OK. Mas achas que quando morre uma árvore no Senhor dos Anéis, daquelas que falam e andam, é enterrada ou deixam-na a apodrecer?"

Aqui é quando as opiniões diferem um bocado. O que é que acham?
Por causa desta conversa à dias atrás, ontem decidi fazer as mesmas perguntas a uns tipos de geometria algébrica. Acho que só provou que não é um problema meu, o de dizer merda bêbado, é um problema de pessoas de matemática em geral.
De qualquer modo, segundo a opinião geral, de certeza que não as queimam (óbvio) e se fazem alguma coisa deve ser só enterra-las no meio da floresta (provavelmente pelo Gandalf).
Esta conversa só veio mostrar que a minha ideia de ser enterrado no quintal não é assim tão descabida e foi o que eu lhes disse na altura. Claro que eles também diziam que isso era mau porque a minha família podia querer vender a casa e depois os novos donos achavam um esqueleto no jardim. Mas quê... qualquer dia os cemitérios vão estar super cheios e se não quiserem ser cremados, ou vais para o quintal ou vão começar a fazer cemitérios nas rotundas (a Vieira vai ser o primeiro sítio - já começaram com  casas).

Vá, já chega de falar de cemitérios. Cá vai uma palermice para descontrair:



Um abraço e preocupem-se com as árvores,

sábado, 27 de abril de 2013

O melhor cemitério de sempre

Bons dias,

Ontem foi dia de bezerro (calf em inglês) que é o mesmo que o COW, um seminário de geometria algébrica que começou em Cambridge - Oxford - Warwick (daí o nome), mas para os putos (daí o nome ser Calf).
Desta vez foi em Oxford e como começava às duas, chegamos mais ao menos ao meio dia. Fomos lá a uma loja comprar umas sandes e procurar um sítio simpático para almoçar.
O sítio foi este:

Sim, é um cemitério

Os lugares VIP

Amigos de Warwick no fim do almoço

Basicamente é um cemitério em frente ao departamento de Matemática. Onde há pessoas a almoçar... em cima das campas às vezes. E pessoas com o seu cigarro de fim de almoço também sentadas nas campas. Fascinante!
Quando morrer não me importava de ficar enterrado no quintal de casa e que as pessoas fizessem lá piqueniques com a campa a servir de mesa.

Um abraço,
Eduardo

PS: da próxima vez que alguém me vier visitar a Inglaterra já não vou ver Londres pela milésima vez, vamos beber uma garrafa de vinho para este cemitério. 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Quarto Escuro

Bom dia,

Não sei bem porquê mas hoje deu-me para pensar nos tempos em que não tínhamos grandes preocupações na vida... Nos tempos em que bastava ir a escola, não fazer nenhum o dia todo, ver desenhos animados em casa, ir brincar aos médicos nos escuteiros... Nada de jeito em geral mas na altura era bastante interessante.
Isto fez-me pensar em vários momentos da minha juventude. Lembram-se de ser putos e começarem a ir a festas de anos das vossas amigas?
No primeiro que fui, ainda com 12 anos, fui o único gajo a ir. Levei as flores, que é o prémio de ser filho da florista, e passado um bocado as gajas decidiram que me deviam tirar a roupa... Se fosse hoje, sendo o único homem no meio de quinze tipas a tentarem ver-me sem roupa acho que tinha sido o primeiro a despir-me... mas não, andei para ali a rir-me e a correr a volta da mesa para elas não terem sucesso... Triste... Deviam tentar agora!
No fim de uma festa destas e depois de um gajo começar a descobrir sites com mulheres com as mamas de fora ficou óbvio que tinham de acontecer mais coisas nas festas de anos. A segunda ou terceira festa a que fui aconteceu o típico jogo, quarto escuro (que para quem não sabe é algo como o "7 minutes in heaven" americano mas mais javardo ainda). Como éramos todos pequenos basicamente só serviu para aprender o que significa "blue balls" e talvez por isso que deixámos de jogar passado pouco tempo. Se eu me tivesse lembrado disto quando andava na universidade e o Domingos convidava 15 espanholas para ir jantar a nossa casa podia-mos ter jogado de novo... Quem ainda anda na universidade pense nisto, parece-me um bom final de noite!
De qualquer modo, foi engraçado lembrar-me desses tempos e pode ser que vos inspire...

Um abraço,

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Congresso da Sopa

Bom dia,

aqui vai uma história da minha "juventude" que sempre achei genial.

Em Maio de 2006, como é normal, havia uma Queima das fitas onde qualquer estudante, obrigatoriamente, tem de ir. Nesse ano e no primeiro sábado a minha namorada decidiu que eu tinha de ir à terra onde ela estudava, Tomar, para ir à bênção das pastas. Não é que eu seja muito religioso e a ideia de deixar de ir à queima só para ir a uma missa não me estava a deixar muito contente... mas vá, era só um dia e se houve coisa que os meus pais sempre me ensinaram é que é preciso respeitar as convicções das pessoas em geral (e ela era minha namorada podia sempre ter uma prenda por isso). Para não ser tão chato convenci o João Nuno a fazer-me companhia.

Saímos a noite toda, tentamos dormir uma hora das deis às sete, trajamos e fomos apanhar o comboio. Aqui é quando a história começa a ficar interessante. Para ir de Coimbra para Tomar é preciso trocar de linha na Lamarosa (nomes sempre geniais) que é um sítio basicamente no meio do nada. O comboio atrasou um pouco, (se calhar eram as pessoas da CP de Coimbra que estavam meio bêbadas da Queima ou já estavam a fazer greves) e quando íamos para trocar, o comboio já tinha saído e o próximo era só duas horas depois... O que nos valeu é que com a ajuda do álcool da noite anterior tivemos grande ideia. "Vamos à boleia".

Perguntamos a uma senhora para que lado era Tomar e lá fomos. O primeiro carro que pára pergunta para onde queríamos ir, nós ficamos logo todos contentes mas afinal ele só ia para o café no fim da rua... Como disse, Lamarosa é no meio do nada e a coisa já estava a ficar um pouco assustadora. Passado um bom bocado lá parou uma senhora super simpática que nos perguntou, "vocês são tolos e estão a pensar ir a pé para Coimbra?". Era só até Tomar lá explicamos e ela deu-nos boleia. Conseguimos chegar vivos e não violados a Tomar.

Em Tomar fomos até casa da namorada e, por surpresa do destino, ela não tinha tudo pronto para a missa. Ainda precisava de cozer fitas na pasta e símbolos na capa o que fazia com que ela não tivesse tempo para nos cozinhar almoço ou sequer ir almoçar connosco a qualquer lado. Sugeriu então que fossemos até à "festa das sopas" a que ela nunca tinha ido mas podia ser que fosse divertido. E foi!

Primeiro éramos um sucesso porque mesmo o Congresso da Sopa sendo em Tomar, que tem universidade, os estudantes de lá não vão. Muita gente vinha perguntar o que estudávamos na universidade lá e quando lhes dizíamos que não éramos de Tomar ficavam a dar-nos imenso paleio durante imenso tempo. Os melhores foram os dois homens, já com uma certa idade, que tinham estudado em Coimbra entre '65 e '69. 

Mil histórias que ouvimos nesse dia sendo provavelmente as melhores (e as que ainda me lembro): 
1) o homem que roubava galinhas (216 segundo as contas dele), ensinou-nos o truque para roubar galinhas quando estão a dormir e contou a história de quando a polícia foi a casa dele por causa disso e ele depois de dizer que devia ser outra pessoa convenceu os polícias a jantarem em casa dele... o jantar era galinha.
2) o homem que roubou um eléctrico porque o condutor parou para ir a um café e ele lembrou-se de experimentar de seria fácil conduzir um.
Foi genial conhecer os senhores e fez-me sentir que por muita asneira que tenha feito em Coimbra estive muito longe deste nível.

Só um pormenor agora, quando se vai ao Congresso da Sopa pagava-se 8€ e tínhamos direito a uma taça e um copo para encher quantas vezes quisermos com Sopa e vinho. Como nós não bebemos assim tanto por estarmos ocupados a ouvir as mil histórias no fim decidimos comprar um garrafão de 5 litros para levar. Isto levou a alguns acontecimentos fascinantes.
Primeiro tiraram-nos uma foto que apareceu num jornal de Tomar com o título "Estudantes de Tomar trocam Cerveja por Vinho". Foi pena não terem percebido que éramos de Coimbra mas foi muito bom. Mais tarde e já durante a missa, que era ao ar livre, veio um senhor perguntar se o garrafão era de vinho (claro que era) e se podia provar um copo... até é compreensível com o calor que estava. 
No fim da missa tinha de ver os pais da namorada e com aquele vinho todo em cima decidi que era melhor escondermos o garrafão num jardim para não dar tanto nas vistas. A ideia era depois ir buscar  mas nunca mais o encontrámos! Espero que alguém o tenha achado (o jardineiro ou o filho) e aproveitado o resto ou então há um garrafão de vinagre algures em Tomar agora.

Bem, no fim deste dia genial aprendemos que, se não à bênção das pastas, ir ao Congresso das Sopas vale mesmo a pena. Voltámos umas quantas vezes, (da última éramos umas 8 pessoas e fomos entrevistados para a rádio) este ano não sei se vou estar em Portugal na altura por isso não posso dizer que vou mas fica aqui a história para quem quiser fazer algo mesmo fascinante nesta Queima (Sábado dia 4).

Boas sopas e bom vinho para quem decidir ir,
Um abraço,